quarta-feira, setembro 23, 2009

Desconstrução.

Criou daquela vez como se fosse a última.
Fez cada job seu como se fosse o único.
Pensou o dia inteiro e ficou o máximo.
Mandou pro atendimento num e-mail tímido.

Teve que refazer como se fosse máquina.
A campanha reprovada com argumentos sórdidos.
Criou mais uma vez outros roteiros mágicos.
Esperou aprovação como se fosse lógico.

O cliente não gostou e aconteceu o trágico:
pediu pra refazer como se fosse um príncipe.
Tentou reagir mas se sentiu estático.
Pensou mais uma vez no concurso público.

E virou a noite inteira parecendo um bêbado.
Comeu pizza de novo e ficou mais flácido.
Bebeu a noite inteira cafezinhos básicos.
Saiu de manhazinha se sentindo estúpido.
E ainda teve que voltar pra terminar no sábado.

sexta-feira, agosto 21, 2009

quarta-feira, julho 29, 2009

This is Sparta!

Acompanhe Filli também no Blog do Torcedor. Hoje tem texto novo lá.

sexta-feira, julho 24, 2009

Depois da tempestade...

Mais um deste rubro-negro que tenta entender o mundo para o globoesporte.com.

segunda-feira, julho 20, 2009

quarta-feira, julho 15, 2009

A revolução começou.

Cansadas de uma vida longa e sem sentido e de uma existência pouco significativa. Engasgadas pelo lixo que são obrigadas a engolir e que as faz morrer diariamente. Esgotadas pelo peso que carregam nas costas, indignadas com a lentidão que a vida impõe. Tristes por terem que olhar no espelho e se sentirem grandessíssimas idiotas, sabendo que são ridículas, limitadas e que só usam dez por cento de sua cabeça animal. Esquecidas, injustiçadas, sem voz...

Neste dia, porém, tudo isso começou a mudar. E tenho dito. Leia aqui.

A foto meio que acabou com a surpresa. Mas ajudou a impor moral.

terça-feira, julho 14, 2009

Com os pés no chão.

Mais um texto publicado no Blog do Torcedor, do GloboEsporte.com.

segunda-feira, julho 06, 2009

Pra baixo todo santo ajuda.

Leia no Blog do Torcedor. Meu blog aqui tá quase virando Tentando Entender o Sport. Mas pelo menos tá sendo atualizado com alguma coisa. =P

terça-feira, junho 16, 2009

Me segura senão eu caio.

Mais um texto enviado para o Blog do Torcedor, da Globo.

terça-feira, junho 09, 2009

Requentado para o Blog do Torcedor, da Globo.

Texto meu, publicado hoje no Blog do Torcedor, no site da Globo:

SPORT RECIFE x FLAMENGO PARAÍBA


Mais uma vitória histórica do Sport. Vencemos o Flamengo, de virada e de goleada. Esse time que, até hoje, se julga campeão de um campeonato que sequer disputou as finais, indo contra o regulamento, a CBF e a FIFA. Assim é fácil ser campeão, né? Quero ver jogando bola no campo, na Ilha do Retiro. Todos os rubro-negros pernambucanos, a maior torcida do estado segundo pesquisas e da região Nordeste segundo ufanistas, estão em festa novamente.

Mas aqui do lado, há alguns meses atrás, aconteceu algo parecido. Eram os paraibanos que estavam comemorando. O time de maior torcida no estado deles tinha acabado de ganhar mais um título. Só que a maioria dos paraibanos não pôde ir até o estádio ver o time do coração levantando a taça e tiveram que se contentar em assistir a tudo pela TV, como sempre fizeram. Isso, pra eles, não chega a ser um problema, já que as emissoras transmitem quase todos os jogos do Flamengo, seja pelo Campeonato Brasileiro, Carioca ou qualquer outro.

Já tive a oportunidade de estar na Paraíba quando o Flamengo foi campeão no Rio. A quantidade de camisas rubro-negras que se via nas ruas era inacreditável. Os principais jornais paraibanos presentearam os leitores com um pôster do campeão carioca. Em todos os locais, não se falava em outro assunto.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Revista Placar, o time de maior torcida, não só na Paraíba, mas no Nordeste, é o Flamengo. Pernambuco (com Sport, Santa e Náutico), Bahia (com Vitória e Bahia) e Ceará (com Ceará e Fortaleza) são os únicos estados do Nordeste que, dentro de casa, têm torcidas maiores que os clubes do Sul/Sudeste.

Os paraibanos torcem para os times de fora. Inclusive quando os times de fora jogam contra os times da casa. O Flamengo é o principal, mas tanto faz se for Corinthians, Vasco, São Paulo, Santos... Já conversei com alguns paraibanos sobre isso, tentando encontrar algum sentido. Qual é a graça torcer contra você mesmo? Pergunte a um paraibano porque ele não torce por um time da terra dele. Ele vai responder que na Paraíba não tem time. Mas tem. Eles só não têm apoio. Mesmo em tempos de Campeonato Paraibano é raro ver uma camisa do Botafogo da Paraíba, do Nacional, Treze, Campinense ou do Souza. Discussão de futebol lá é com os times dos outros estados. Hoje estão comentando que o Palmeiras venceu o Vitória, que o Cruzeiro empatou com o Inter, que o Flamengo perdeu para o Sport...

Ah, o Flamengo perdeu de goleada para o Sport! Aqui, a conversa é outra. Pra gente, jogando em casa, o Sport tinha obrigação de vencer o Flamengo. E ganhamos bonito, com sobras! Viram aquele lance de Sandro Goiano, o passe de Ciro, a cobrança de falta de Fumagalli e os gols de Durval e Weldon? É de encher o peito de orgulho! Num só jogo, vencemos cariocas e paraibanos (e também alagoanos, potiguares, e os fregueses que estão sempre torcendo contra: Náutico e Santa, claro). E como foi bonito ver a torcida deles saindo da Ilha do Retiro antes mesmo do jogo terminar. Voltando pra casa, pela BR 101... Quem sabe, um dia eles aprendem a torcer pro time certo.


Olha o que paraibanos, alagoanos e potiguares vieram conferir bem de pertinho.

sábado, maio 30, 2009

Face a Face com o Inimigo.

O filho de Dona Lucinha falou que viu a cara da morte e ela estava vivinha da silva.
Já o filho de Ravengar cantou que quando alguém morre, a gente chora. E quando nasce, a gente ri. Mas quem nasce, chora. E quem morre, sorri.
Os filhos de Francisco, não sei o que disseram. E nem quero saber.

E você, alguma vez já viu, assim bem de pertinho mesmo, a face da morte? Não tô falando daquela velha série de filmes bizarros, que eu também não vi, mas de você achar que ia, digamos assim: bater as botas, virar presunto, passar desta pra uma melhor, ir pro beleléu, comer capim pela raiz, abotoar o paletó de madeira, empacotar ou, sei lá, virar purpurina.

Eu já. Quer dizer, virar purpurina claro que não. Acho que a melhor expressão pro meu caso foi: subir no telhado. Como ninguém atualiza o blog lá do além, ficou fácil perceber que eu não caí. Talvez, por isso, também não me lembrei de quando era uma criança e de tudo que vivera até ali. Não era mesmo a minha hora, se é que isso existe.

Sabe quando Woody Allen falou que não tem medo de morrer, só não quer estar quando isto acontecer? Eu entendo perfeitamente, o troço é punk. Eu até já contei aqui, por alto. E foi lá no alto mesmo que rolou. Tava decolando do aeroporto do Recife, apreciando a paisagem, numa nice e tal, quando começou a sair fogo de uma das turbinas. Lembra de Quase Famosos? Essas situações causam o maior pânico dentro de um avião, certo? Que nada. Ao meu lado tinha uma velhinha bem tranquila, que nem mesmo sabia o que estava acontecendo. Tava todo mundo caladinho, calminho, enquanto eu e quem tava na minha fileira nas janelas do lado esquerdo, via aquelas labaredas gigantes. O avião sobrevoava o mar, justamente o da praia de Boa Viagem. Perfeito! Se a gente não explodisse, virava almoço de tubarão. Não tinha saída. O coração disparou e o medo foi grande. O piloto avisou que desligou a turbina defeituosa e ficou dando voltas sobre a cidade, enquanto aguardava instruções pra saber se voltava pro aeroporto ou não. Felizmente deu tudo certo e nem precisamos voltar. Seguimos viagem sem ir em direção a luz.

E essa nem foi a única que vez que eu precisei rezar pra adiar mais um pouquinho o final da minha missão, seja lá qual for essa bendita. Vejamos o cenário: jogo do Sport, em São Paulo, pela Copa do Brasil 2008. Era contra o Palmeiras e quatro amigos meus, todos de lá, iriam torcer pelo Porco. Me disseram que era a maior limpeza ir de ônibus com eles e eu acreditei. No estádio, cada um iria pra sua torcida e na saída nos reencontraríamos. Tava tudo certo quando de repente, subiu a Mancha Verde no busão que ficou entupido de gente. Não cabia mais nenhuma mosca. E eu era o único do time rival ali apertado no meio da multidão. Cara, se meus amigos palmeirenses ficaram amarelos de medo, imagina eu, que era o único ali com sotaque. Pelo menos eu estava à paisana, usando uma camisa azul. Só não podia falar absolutamente nada, pra ninguém perceber que eu era do Nordeste e ligar A com B. Teve um momento que um mal elemento, mal encarado e, no mínimo, mal educado começou a examinar a gente de cima até embaixo. Descaradamente mesmo, como se fosse assaltar. Se ele resolvesse mandar todo mundo passar o celular, eu tava ferrado. O papel de parede do meu era o escudo do Sport. Se ele levasse minha mochila, ia encontrar dentro dela a bandeira e a camisa rubro-negra. Juro que tive mais medo dessa situação do que da turbina pegando fogo. Até porque a morte ia ser muito, mas muito mais dolorida dessa vez, sem comparação. Graças a Deus, deu tudo certo e chegamos sãos e salvos. E até o Sport acabou sendo o campeão daquele ano. Sensacional!

Como o que não mata, engorda, pelo menos ganhei duas boas histórias pra contar. E graças a elas, quem acabou ressuscitando foi este blog. Ufa.

Porque você não vai ver se eu tô lá na esquina?
Pensando bem, melhor não.

quarta-feira, dezembro 31, 2008

Último Segundo.

Lembra daqueles 9.192.631.770 períodos da radiação do não-sei-que-lá de césio? Pois bem, nos instantes finais de 2008, vamos ter exatamente isso aí a mais. Sim, o último minuto de 2008 terá 61 segundos!

É que cientistas chegaram à conclusão que precisamos corrigir uma pequena diferença entre os relógios atômicos e o tempo astronômico real, que é baseado na rotação do nosso planeta. Tudo isso porque, com os anos, a Terra passou a girar mais lentamente. O dia ficou um pouquinho maior e os segundos, baseados nas 24 horas tradicionais, acabaram perdendo um pouquinho a medida exata.

Já pensou se a terra começasse a girar cada vez mais devagar? Nossos segundos iam ficar mais longos. Um minuto podia, um dia, durar dois ou três. Todos os recordes olímpicos precisariam ser sempre recalculados. Talvez outras medidas de tempo passassem a ser usadas. Os centésimos e milésimos seriam mais valiosos. O corpo humano precisaria se adaptar ao dia mais longo, talvez oficializando uma soneca no meio do dia. A gente não teria desculpa pra dizer que não tem tempo pra nada...

Enfim, 2008 vai ser oficialmente um segundo mais longo. Mas todos os anos estão, de fato, se tornando um pouco maiores. Você não vai perceber assim facilmente, mas isso inclui 2009. Aproveite bem!

Então, uma dica pra quem tem um capacitor de fluxos: não esqueça que todas as suas viagens no tempo daqui pra frente (ou daqui pra trás, sei lá), devem levar todos esses segundos extras em consideração para não haver nenhum problema. Ah, e na frase acima eu disse segundos no plural porque outros vinte e tantos já foram adicionados aos nossos relógios, desde a década de 70. O último deles, há apenas três anos, em 31 de dezembro de 2005 (onde eu estava que não vi isso?).

E outra dica, agora pra todo mundo: lembre-se que a contagem regressiva este ano deve ser: 5, 4, 3, 2, 1, 1, 0!

Feliz Ano Novo!

quinta-feira, outubro 02, 2008

Punxsuntawney

Às vezes, tenho impressão que alguns dias não acabam nunca. Eles estão sempre acontecendo, o tempo inteiro. A final da Copa do Mundo de 1950, quando o Brasil perdeu para o Uruguai em pleno Maracanã lotado, por exemplo. Não importa quanto tempo já tenha se passado, Ghiggia estará sempre marcando o gol da virada, silenciando 200.000 brasileiros. É possível sentir que aquele jogo está acontecendo ali, agora, naquele gramado.

Todo Dia D se repete diariamente. E não são só as tropas americanas que, neste instante, estão desembarcando numa praia da Normandia. Na Praça da Paz Celestial, um cara sozinho desafia tanques de guerra. Na de São Pedro, o Papa leva um tiro. Olhe para a lua e veja Armstrong dar um grande passo. Debaixo dela, você dando o primeiro beijo.

Sim, os lugares por onde você viveu também estão cheios de acontecimentos por todos os lados, ao mesmo tempo. Embaixo do prédio onde você morou, naquela praia, no colégio, no novo apartamento, na rua, na chuva, na fazenda, em Olinda, São Paulo ou Marte. Os momentos que fazem bater o coração mais depressa, rir ou chorar, todos os encontros e desencontros. Tudo que foi marcante de alguma forma, boa ou ruim, nunca mais deixa de acontecer.

Estamos todos presos a um feitiço do tempo. Se o que aconteceu foi ótimo, tudo bem. Você sempre poderá reviver tudo novamente, visitando um local específico, lembrando ou sentindo, até mesmo ouvindo uma música especial. Mas, por outro lado, se não tiver sido tão bom assim, o que fazer?

A saída é arriscar, fazer diferente, viver intensamente. Criar novos momentos melhores que sejam eternos. Porque se forem eternos enquanto durem, eles realmente vão durar pra sempre.

Afinal, naquele fatídico jogo em 1950, o Brasil perdeu a Copa do Mundo. Mas, depois disso, já venceu o Uruguai 25 vezes e ganhou outras 5 copas. Veja o que está acontecendo no Rose Bowl, em Pasadena, agora. É Dunga, gritando e levantando a taça do tetra! E, ao seu lado, Romário emocionado, chorando. Você também consegue ver?

Não é só com você que acontece, Phil.

domingo, setembro 21, 2008

Texto Legal.

Medicina legal. Engana-se quem pensa que este é o ramo mais divertido, curioso e simpático da medicina.


Em publicidade, 'texto legal' também não tem nada de legal. Pra quem não sabe, é aquele textinho que aparece em anúncios ou comerciais, com letras bem minúsculas.

Apesar da maioria dos textos legais Mas existem textos legais interessantes. Como aquele que diz que as bonecas Barbies não se movimentam sozinhas. Sim, porque depois de ver na tv uma boneca acenar, dirigir um carro rosa e fazer compras

Neste site aqui, você pode ver como seriam os slogans, se eles fossem honestos.



Cada um no seu quadrado

Começou a chover sapo

quarta-feira, setembro 17, 2008

Eu, Highlander.

Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito, muito distante, existia um planetinha com formas de vida capazes de se tornar imortais.

Claro que este ad eternum deveria respeitar algumas regrinhas. A principal delas: os seres poderiam viver para sempre, desde que não morressem antes de alcançarem a vida eterna.Se suas cabeças fossem cortadas antes disso, tchau! Se uma bigorna ou piano caisse sobre os indivíduos em plena rua, adios amigos! Se fossem atropelados por um caminhão, puf!

E ficar imortal era muito simples. Bastava encontrar outro ser, imortal ou não, e fazer sexo. Nada mal, né? Quer uma notícia melhor ainda? A galáxia é esta e os seres somos nós.

Duas coisas me fizeram perceber isso: algo que li sobre "O Gene Egoísta", um livro com uma teoria genial, e a semelhança física entre pais e filhos. Sim, é óbvio, tá na cara! Seu filho é sua continuação nesse mundo. Você É seu filho. Ele é o CONTINUE que vem antes do GAME OVER.

Olha lá, é John Lennon! Ele apenas está em um corpo, digamos assim, com menos talento. Bem menos...

domingo, agosto 31, 2008

Tentando Entender a Expressão Exata.

“Com todo prazer eu lhe daria
Mais de um terço dos meus neurônios
Ou metade dos meus néfrons, que tal?
Contanto que você jamais me beijasse
Depois de ter tomado aquele café preto.”

Não foi o Figueiroa que disse isso. Foi o Zero Quatro.
Prometer mais beijinhos do que a quantidade de peixinhos que estão a nadar no mar não basta. Dizer que o céu, as estrelas, o mar e o infinito não são suficientes, também não. Pro apaixonado Fred, nada se compara a abrir mão de 33,33% da própria sapiência.

Mas ele vai mais longe, senhoras e senhores. Ele doaria, sem a menor cerimônia, metade dos seus nefrônios! Você não se lembra o que é isso. Eu não me lembro o que é isso. Mas existe a wikipedia e podemos nos regozijar. Sim! Ele foi buscar, nas profundezas dos livros de biologia, a unidade funcional do rim!

Como nem tudo na vida é fácil, para merecer tanto cuti-cuti há uma condição. O mangueboy jura, do fundo de sua gônada, que se a sua amada tomar 'aquele café preto', não vai ganhar tão fofos mimos.
Ficar idiota, tudo bem. Encarar sessões de hemodiálise, vá lá. Mas beijar depois daquele FDP, daquele #%@!*¢£#@, daquele café quente, amargo e preto, nem a pau!
Entende, paixão?

domingo, maio 18, 2008

Ensaio sobre o daltonismo.

Sinais de trânsito sempre abertos, arco-íris de duas ou três cores, gramados laranjas. Seja bem-vindo ao mundo dos daltônicos. Aqui, lilás e cáqui não existem, roxo é azul escuro, verde muito clarinho pode ser amarelo, amarelo escuro pode ser verde, marrom pode ser verde, cinza pode ser verde, vermelho pode ser verde e vice-versa pra tudo isso e muito mais.
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Nem invente. Telha não é cor e sim material de construção. Salmão é peixe. E se você quiser saber com o que mostarda combina, eu digo: é com pizza ou cachorro-quente.
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Muita gente tem curiosidade de saber como é o mundo para um daltônico. Primeiro, saiba que isso não é tão simples, pois existem vários tipos de daltonismo. Mas, sim, é possível ter uma idéia. Quer ver? Então responda: que número tem aqui?
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Tente de novo, mas olhe atentamente. Pode não parecer, mas há uma lógica nessas bolinhas. Seria um 'R' com quatro pernas, de cabeça para baixo? Talvez um cruzamento entre um 'O' manco e um '4' com mal de parkinson. Não? Pois é. Por mais que a gente quebre a cabeça, nunca vamos descobrir. Porque esse teste acima foi alterado para que ninguém visse nada. E é exatamente deste modo que nós, daltônicos, vemos o que as pessoas ditas "normais" enxergam isto:
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Posso fazer essa afirmação com toda certeza porque, pra mim, os dois desenhos acima são absolutamente idênticos. Mas, pra você, neste segundo aí deve ter aparecido um número. No caso, um 45, se me disseram certo. Procurando pela internet, não é difícil encontrar outras imagens. Essa aqui, por exemplo:
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Se você fosse daltônico, veria assim:
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E esse sujeito aqui não teria nada de incrível:
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Existem milhares de outros exemplos e curiosidades. Mas nosso passeio por este mundinho habitado por seres esquisitos, que pintavam o Papai Noel de marrom na infância, está chegando ao final. Para quem se interessou, existem vários testes na internet para você colocar o preto no branco e saber se é ou não cego para as cores e em que grau. Esse aqui é bem completo. Nesta matéria aqui, até descobriram que os daltônicos podem ver melhor do que você em algumas situações. Espero que vocês tenham gostado.

Agora, se você não se interessou, já falei que também sou canhoto? Ah, então seja bem-vindo a este fantástico lugar onde os abridores de lata são difíceis de manusear. Onde se vira a guitarra de cabeça para baixo para tocar e, na hora que você vai escrevendo sua mão vai borrando tudo. Ê, maravilha...

quarta-feira, abril 09, 2008

Lá em 1899, um tal de Charles Duell pediu pro presidente dos EEUU acabar com o US Office of Patents, onde ele mesmo trabalhava, porque já tinham inventado tudo que pudesse ser inventado. E olhe que nessa época não existia Sgt. Peppers, Orkut e nem Avião.

Tava aqui pensando em escrever sobre isso e aí pensei: quantas pessoas jã não escreveram sobre isso?

terça-feira, abril 01, 2008

É tudo verdade.

Já decolei de um aeroporto e a turbina do avião começou a pegar fogo! A primeira vez que tentei dar uma bicicleta fiz um gol lindo!! Vi um amigo quase ser atropelado por um carro que tinha Woody Allen no banco de trás!!!

Não acredita? É, talvez você tenha motivos pra isso. Acabou de sair um estudo aí, realizado através de pesquisas com pessoas do mundo inteiro, afirmando que mentimos, em média, umas 200 vezes por dia. Juro que é verdade!

Esse número absurdo, que parece mais uma mentira deslavada, diz que, em sua maioria, são mentiras inocentes. Às vezes, até inconscientes. Por exemplo: se você sai de casa mal humorado e responde bom dia para alguém, está mentindo.

Desse jeito, eu já fico imaginando que outras mentiras esse estudo deve ter considerado. Colocar "ausente" no msn, estando lá, é mentir. E as mulheres que pintam o cabelo ou fazem chapinha, isso é enganação? Arrumar a casa somente quando vem visita é faltar com a verdade? E deixar de atender uma chamada indesejada no celular? Ah, por falar nisso, tem outra pesquisa aí dizendo que os torpedos tornaram as mentiras ainda mais comuns. Entrevistados de cinco países disseram que é mais fácil mentir por mensagem de texto do que em uma conversa por telefone ou pessoalmente. É, né? Pra mentir bem, cara-a-cara, é preciso ser também um bom ator. Pois é, pois é, pois é.

E tem aquelas mentiras que são muito mais bem vindas do que certas verdades. Como elogiar este blog, ou autor dele, por exemplo. Bem, antes que eu comece a fugir do tema, é melhor ir ficando por aqui, com uma frase de Tom Clancy: "A diferença entre ficção e realidade? Ficção tem que fazer sentido." Claro, se a mentira for muito cabeluda, ninguém vai acreditar. Por outro lado, se você ouvir alguma história interessante, mas incrível, é bom pensar duas vezes antes de achar que é lorota. Pode ser a mais pura verdade.

O fogo na turbina eu filmei. Mas eu queria mesmo era ver o replay da bicicleta. Aquilo sim foi um lance lindo. Cruzaram a bola lá de trás e eu tava na área, no meio de dois zagueiros...

terça-feira, março 11, 2008

Sobre beterraba, jiló, pimentão e até tatuí...

Imagine que você é um homem das cavernas e não conhece muita coisa. Você está andando, há dias, faminto. Aí encontra uma plantinha esquisita. Mas tem algo que, parece, dá pra comer. Ora, você está morrendo de fome. Comeria até uma cebola crua! Então, sem pensar muito, dá uma mordida nessa coisinha que você nunca tinha visto antes. Pro seu azar, era mesmo uma cebola. Só que você não conhecia ainda. Quem sabe até, a palavra “cebola” era o pior palavrão da época. E acabou servindo pra batizar aquele troço que só iria servir pra alguma coisa depois da descoberta do fogo ou da invenção do sanduíche. É. Naquela época, sua vontade seria dar um murro no baço da cebola. Se cebola tivesse baço.

Suponha que você seja um índio perambulando no meio do mato. Aí, encontra o que parece ser uma deliciosa frutinha vermelhinha. Você, curioso, dá uma mordidinha para experimentar. É uma pimenta! Vai ver que “pimenta” era a palavra usada para amaldiçoar alguém até a décima-quinta geração na tribo. Se você já jogasse videogame naquela época, teria vontade de dar um shoryuken no queixo da pimenta. Mas pimenta não tem queixo.

E se, há 13.000 anos atrás, você fosse um extra-terrestre e sua nave fosse quebrar justamente quando passava pela Via-Láctea. Você estava a anos-luz da oficina mais próxima e, como o pagamento do seguro não estava em dia, o único jeito era fazer um pouso de emergência naquele planetinha azul insignificante. Tinha uma plantinha alienígena bem alí, no pé da nave. Custava nada experimentar, né? Custava sim. Era um alho! Pronto. Depois de morder aquilo, você batizou o dito cujo com essa palavra que, só de ser pronunciada, até hoje pode dar penas que variam de serviços comunitários a seis meses de detenção em mais de 17 planetas. E você arrancaria todos os dentes do alho com um alicate se alho tivesse dente. Dente de verdade.

Afinal, como é que alguém descobriu que uma coisa feia e dura como a macaxeira fica uma delícia depois de desenterrar e ferver? E isso serve pra tudo mais que se come, mas não é tão fácil de descobrir como.

Se não mata, engorda.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

A Marcha dos Humanos.

Oficialmente, é apenas em fevereiro. Mas as pessoas já começam a ir para o local com uma grande antecedência. Mais de um mês antes. Primeiro, apenas aos domingos, bem timidamente. Ninguém marca nada. Ninguém combina. Não sai em nenhum jornal. Todos simplesmente vão sem pensar. Como se fosse por instinto.

Os patos continuam migrando para o sul. Os pingüins ainda marcham na Antártida. Talvez, nessa época do ano, em algum lugar do passado, os humanos subiam as montanhas para dançarem, se encontrarem, procriarem ou sei lá o que. E, vai ver, uns "ouviam o chamado da natureza" antes e começavam a ir na frente. Aos poucos, ia juntando cada vez mais gente. Como acontece hoje. Só que, agora, é em Olinda. Mas é a força da natureza. Não há outra explicação. Só pode ser.

E vai chegando mais perto e o movimento vai aumentando. Não só aos domingos, mas também nos outros dias da semana. Sábados, sextas, quintas... Nas últimas semanas que antecedem o início oficial, até as segundas e terças lotam! É como se as pessoas não conseguissem esperar até começar de verdade.
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Aí, dura quatro dias. Intensos! E acaba...
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Assim, de repente mesmo. Não entendo porque começa tão lentamente e acaba de forma tão brusca. Mas, enfim, é assim. Outra igual a essa? Os primeiros indícios dela discretamente começarão a ser vistos de novo lá pra dezembro, ou janeiro do próximo ano. Quando, por algum motivo, sem falta, as pessoas começarão a voltar para as ladeiras. Uma a uma, lentamente. Como os patos e os pingüins.
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Agora, meu povo esquisito, só no próximo ano. O porquê eu não sei, mas a gente se vê lá.

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Vai passar rápido, não foi?

O último ano passou voando pra você? Ah, claro que não. Todos os anos passam iguais pra todo mundo, é óbvio.

Sei, você concorda que é absurdo. Mas, mesmo assim, continua achando que esse ano pareceu durar menos que os outros?

Preste atenção: se os anos realmente passassem mais rápido, seu relógio estaria atrasando constantemente. E todo mundo sabe que cada hora continua tendo exatos 60 minutos. E cada minuto demora aqueles velhos 60 segundos para passar. O segundo, por sua vez, sempre foi a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspondente à transição entre dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio. Lembra disso? Nem eu, mas é.

Acontece que essa impressão não é só sua. É de muita gente. Minha também. E, dia desses, descobri que há sim uma lógica nisso tudo.

Imagine uma criança de dez anos de idade. Um ano pra ela é 10% de tudo que ela viveu. Assim, 365 dias é realmente um tempo considerável. Agora, pense num senhor de 100. Pra ele, 1 ano é apenas 0,01% de toda a sua vida. Quase nada.

Por isso, a medida que vamos ficando mais velhos, temos essa mesma impressão do ano passar mais depressa. Porque ele vai significando menos tempo pra gente. É como se nossa máquina do tempo individual fosse pisando mais fundo no acelerador. Como se o DeLorean de quem é mais velho andasse mais rápido.

De certo modo, isso é até bom. Relativamente falando, você passou mais tempo brincando de Playmobil e jogando videogame do que vai passar reclamando do reumatismo e da hemorróida.

E já que agora você sabe que faz sentido o tempo realmente parecer passar mais rápido, que tal aproveitar bem cada um desses 9.192.631.770 períodos da radiação do não-sei-que-lá de césio?

terça-feira, janeiro 22, 2008

Penso, logo existo.

Descartes não existe mais. Logo, não pensa.
Mas muita gente existe e não pensa.
Os extraterrestres pensam e talvez não existam.

Gregor Samsa pensa que é inseto.
Os insetos não pensam. Mas é Gregor Samsa que não existe.

O poste não pensa. Mas existe.
Quem bebe e pensa não dirige.
Quem dirige e bebe não pensa.
Encontros entre bêbados e postes existem.

Se eu tivesse pensado mais, talvez esse texto nem existisse.
Pense numa mistura de
Pedro de Lara com Zé Bonitinho.
Olha aí, ele existiu.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Tá frio!

Antigamente, bem antigamente mesmo, quando você (você é modo de falar, tô me referindo ao seu tatatataravô, mais ou menos) queria beber alguma coisa, tinha que ser à temperatura ambiente.

Porque, naquela época, e durante todo o tempo antes disso, não existia geladeira. E inventar uma geladeira assim, de uma hora pra outra, dá um trabalhão danado. Não é que seja impossível. Quem quer inventar uma geladeira vai lá e inventa mesmo. Mas que é difícil é.

Pois bem, o sujeito que inventou a geladeira estava, na verdade, querendo inventar o ar-condicionado. E tava tão determinado que nem quis esperar pela invenção da tomada. Imagine só, inventar um ar-condicionado, ou uma geladeira, já é difícil. Sem tomada pra ligar é muito mais complicado. É ou não é? Mas quando alguém está muito determinado a fazer uma coisa, geralmente faz.

O médico americano John Gorrie não estava preocupado com a bebida do seu tatatataravô. Ele estava mesmo era querendo dar uma esfriadinha no hospital dele. Veja, ficar doente já é chato. Se for internado em um hospital, pior ainda. Agora, imagine um hospital sem ar-condicionado, no calorão da Flórida. É insuportável. E John devia ouvir todo tipo de reclamação dos seus pacientes, que já deviam estar sem paciência nenhuma.

Ele tentou pendurar sacos com gelo nas salas (verdade), mas conseguir gelo naquela época era muito, muito difícil. Tinha que ir buscar num lugar longe e, além do mais, frio. E em pouco tempo esse plano ia por água abaixo. Muita gente deve ter olhado meio torto pra ele com essa idéia. Mas o cara era bem intencionado, só precisava de uma idéia boa de verdade.

Foi aí que o Dr. Gorrie pensou, pensou e resolveu colocar em prática seus conhecimentos de física. Ele não desenvolveu uma nova teoria. Não descobriu algo que ninguém já não soubesse na época. Mas só ele teve a criatividade de juntar A + B. Estava tudo ali, mas só ele viu. Construiu uma máquina à vapor que movia um pistão dentro de um cilindro. Em volta, colocou um recipiente com água salgada, porque ela congela a uma temperatura mais baixa do que a água pura. O pistão comprimia e expadia o vapor de água, que roubava calor do recipiente de água e sal para passar do estado líquido para o gasoso. Quando a água salgada não tinha mais calor para passar ao gás, os dois se resfriavam. Bem... eu não entendi lá muito bem, mas foi isso aí. Pronto. Estava criado o ar-condicionado. E também a geladeira, porque com essa engenhoca, ele conseguiu fazer um bloco de gelo do tamanho de um tijolo, meu amigo. E até hoje, todas as geladeiras funcionam com esse mesmo mecanismo, só que com um motor elétrico, já que agora existe tomada.

Mas, veja como são as coisas. Nesse tempo, que foi lá pelos idos de mil oitocentos e pouco, ninguém deu muita atenção pra uma invenção fabulosa como essa. Talvez, até tenham achado legal e tal e pá. Mas, investir mesmo, ninguém quis. Sabe-se lá porque. O fato é que John Gorrie morreu pobre. E, provavelmente, indignado com tanta gente pensando pequeno.

O mundo não entendeu John. Ou, pelo menos, demorou demais a entender. Como muito bem disse Galileu Galilei, um outro cara, dos mais incompreendidos da história: a verdade é filha do tempo e não das autoridades. Da próxima vez que você (agora eu to falando com você mesmo e não com seu tatatataravô) não souber a que brindar, brinde a John Gorrie. Lembre-se que esse gole gelado é graças a ele.

quarta-feira, dezembro 26, 2007

Tentando não entender.

Clarice, certa vez você escreveu que não entender é um dom. Eu discordo. Não entender algo é como começar a montar um quebra-cabeças e, perto do final, descobrir que tá faltando um monte de peças. Sinceramente, eu não sei como os ateus não ficam loucos. Porque não dá pra pensar em astronomia, vida, morte, física e muita coisa nesse mundo (e fora dele) sem colocar Deus na jogada. Você pira. Não é que Ele vá explicar, mas o fato de jogar a responsabilidade pra Alguém já ajuda muito. Pior são aquelas coisas que você não entende, sabe quem pode explicar, mas por algum motivo não pode perguntar. A resposta está ali, quase ao alcance da sua mão e você não pega.

Eu acho, Clarice, que o bom de verdade é acreditar que não entender é um dom. Isso sim! Como ter loucura e não ser maluco. Entender menos e não estar nem aí. Ficar distraído apesar de tudo. Conseguir esquecer algo que está martelando na cabeça. Poder mudar de canal quando a programação da sua vida estiver um saco. Depor a razão e deixar a emoção assumir o mandato, Adriana.

É, Clarice, eu sei. Entendi que foi isso mesmo que você disse. Discordei mas cheguei ao mesmo lugar. Você está certa. A vida tinha que ser como esse texto nonsense. Começar amarelo e terminar triângulo. Eu não quero tentar entender o mundo de novo. Não agora. Quem sabe no próximo ano? E olhe lá.


-*-


Você aí, não tente entender, tente não se assustar. Esse relógio, baseado em estatísticas, mostra em tempo real o que anda acontecendo no seu Mundo.

Sugestões de estatísticas que podiam ser acrescentadas nesse contador:

- Corações partidos
- Gols de bicicleta
- Topadas (pra gente rir)
- Litros de lágrimas derramadas
- Cartas de amor escritas
- Livros lidos
- Músicas compostas
- Novas amizades de verdade
- Galera com insônia
- Orgasmos
- Perdões
- Despedidas
- Reencontros
- Pesadelos
- Sonhos
- Sonhos Realizados
(Que, em 2008, você tenha vários.)

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Caranguejos me belisquem.

Uma pesquisa publicada na última edição da revista New Scientist acaba de afirmar que os crustáceos sentem dor. Isso mesmo. Porque, antes disso, achavam que o sistema nervoso do siri e cia era tão simples, tão primitivo, que eles não estariam nem aí pra nada. Pode botar vivo na água quente. E daí? Pode arrancar uma pata. Nem doeu.

Mas, e agora que sabemos que eles sofrem? Será que a humanidade vai mudar o modo como esses animais são tratados? Será que vai haver mais respeito? O Greenpeace vai organizar passeatas em defesa dos bichinhos?

Nada disso. Pode tirar o cavalinho marinho da chuva (que não é crustáceo, hein? Olha lá). Outros pesquisadores já contestaram e desmentiram tudo.

É. São uns insensíveis mesmo.

Não foi dessa vez, galera.

quinta-feira, agosto 30, 2007

Edição

Os textos aqui nesse blog estão muito grandes. Como eu sei que na internet ninguém gosta de ler textos gigantescos, preciso aprender a escrever menos um pouquinho. Fazer textinhos menores. Uma página de Word, no máximo. Pra isso, tenho que editar e cortar tudo o que for desnecessário. Vou fazer assim: primeiro escrevo normalmente. Depois, mantenho o suficiente para passar a idéia original, deixo apenas as partes mais engraçadinhas, resumo tudo e pronto.

Os textos aqui estão grandes. Na internet ninguém gosta. Preciso escrever menos. Fazer textinhos. Uma página, no máximo. Tenho que editar e cortar tudo o que for desnecessário. Primeiro escrevo normalmente. Depois, mantenho o suficiente para a idéia original, deixo apenas as partes engraçadinhas, resumo e pronto.

Os textos estão grandes. Preciso escrever menos. Editar e cortar tudo o que for desnecessário. Mantenho o suficiente para a idéia original. Deixo as partes engraçadinhas, resumo e pronto.

Textos grandes. Preciso editar e cortar tudo. Mantenho o suficiente. Resumo e pronto.

Textos grandes. Preciso editar e pronto.

Pronto.

sexta-feira, agosto 17, 2007

A verdade está lá fora.

O que Yoda, O Pequeno Príncipe e Superman têm em comum? Lá vem você dizer que o Yoda dá luz em cima, o Superman dá luz embaixo e o Pequeno Príncipe... Bem, o Pequeno Príncipe você enfia lá naquele lugar. Não, nada disso. Que mente poluída, hein? Não é uma piadinha. É uma pergunta séria: o que Yoda, O Pequeno Príncipe e Superman têm em comum?

Ainda não sabe? Pensei que fosse fácil. E, se você parar pra pensar, eles têm muitas coisas em comum. Talvez seria até um pouco mais difícil de responder se o título desse post não estragasse a surpresa. Volte lá em cima pra ver de novo. Viu? Se mesmo assim você ainda não respondeu, é porque nunca assistiu Arquivo X. Desiste? Então tá. Até uma criança da Primeira Série B responderia que todos são de outro planeta.

Sim, mas além disso, eu aproveito para lembrar que eles não passam de ficção. Mas será que todos os seres de outro planeta são apenas criação da mente humana? Seria possível existir vida extraterrestre? Se não, qual a explicação para as pessoas que juram terem sido abduzidas? Seriam os deuses astronautas e eles ajudaram a construir as pirâmides do Egito? E o que são os OVNIs? Ah, você é daqueles que explicam tudo dizendo que aquelas luzinhas não passam de balões meteorológicos...

Eu respeito a sua opinião, mas acho que você está enganado. Ou enganada. Redondamente como um disco voador. E eu explico porque acredito que existe vida fora da Terra. Não exatamente no nosso Sistema Solar pois temos apenas nove planetas (quer dizer, oito porque rebaixaram Plutão) e apenas um deles, a nossa velha e mal cuidada Terra, tem condições para vida. Só que, caso você não esteja lembrado, cada estrelinha dessas que você vê no céu (e se você for para o interior vai ver infinitamente mais estrelas) tem vários planetas ao redor. Lembro que um físico uma vez disse que a quantidade de planetas no universo é a mesma quantidade de grãos de areia da praia de Copacabana. É muito planeta. Uma quantidade absurda de planetas. E o que você acha mais fácil: haver vida, um micróbio que seja, em apenas um único grão de areia da praia de Copacabana, ou, se houver em um, ter também em vários outros? Bem, acredito que se fosse pra ter só em um, era bem mais provável que não tivesse em nenhum. Mas, se tem vida morando num grão, outros também devem ter. É quase lógico.

E ainda digo mais. Pode haver vida em quase todo lugar. Tudo bem, Mercúrio é muito quente. Mas basta uma simples oportunidade e PUM. Tá lá um bichinho se mexendo. Olhe pro teclado do seu computador agora. Exatamente neste momento tem 5 mil germes vivendo tranquilamente bem aí debaixo dos seus dedos. Na esponja da cozinha tem mais de 7 bilhões de bactérias. O seu corpo é um ecossistema. É mais que isso, é uma galáxia. É mais ainda: quase um outro universo. Mesmo que você tome 3 banhos por dia tem 100 quatrilhões de micróbios vivendo com você. Você sabe o que são 100 quatrilhões?

Em abril deste ano, um planeta tipo o nosso foi encontrado fora do sistema solar. É o GL 581c. Um nome que até lembra o Asteróide B612 do nosso amigo de infância Pequeno Príncipe. Foi o maior passo dado pela humanidade em busca de vida extraterrestre. Na última década, mais de 200 planetas foram identificados fora do sistema solar e o GL 581c é o único que pode ser considerado um irmão da Terra. Os cientistas dizem que lá, a temperatura deve variar entre 0 e 40 graus. Ou seja, é até mais agradável do que essa nossa casa aqui, que tem lugares muito mais quentes, como nos desertos, e muito mais frios, como nos polos. Também acham que tem água na superfície desse GL. É muito provável que haja vida lá. Pode ser uma planta. Pode ser um musgo. Mas pode ser outra coisa mais evoluída também. Quem sabe?

Lembra daquela criança chata da primeira série B que estava se achando muito inteligente só porque acertou a pergunta lá de cima? Pois eu acho que ela devia ser mais humilde. Mas tudo tem seu tempo. Quando ela começar a ter aula de química vai ver o que é bom pra tosse. Por enquanto, apenas peço que essa criança observe a seguinte equação:

N = R* x ƒp x ne x ƒℓ x ƒi x ƒc x L

Fácil, né? Foi assim que Carl Sagan e Frank Drake demonstraram, de forma bastante simples e clara, qual é a possibilidade de encontrarmos vida inteligente fora do nosso planeta. E você, que a essa altura já deve ter calculado de cabeça, agora está convencido de que pode existir vida extraterrestre? Carl e Frank não fariam uma equação para isso se não acreditassem.

Bem... Eu sou completamente convencido que sim, eles estão em algum lugar lá fora. Tenho lá minhas dúvidas quanto ao fato de termos sidos visitados. Caso Roswell, incidente em Varginha, Chupacabras, discos voadores? Adoro esses assuntos, mesmo sabendo que provavelmente eles são tão reais quanto o meio-vulcano Senhor Spock. Mas eu tenho uma esperança. Sei lá, nunca vamos saber realmente. Sempre existe a chance deles estarem lá no GL 581c esperando a gente. Ou até, quem sabe, eles já tenham realmente aparecido por aqui. Ou podem chegar a qualquer momento. Talvez estejam em cima do seu prédio agora, descendo pelas escadas, se transportando para dentro do seu quarto.
CUIDADO, ATRÁS DE VOCÊ!!!

segunda-feira, julho 30, 2007

E agora, quem poderá nos defender?

O mundo bem que anda precisando de uns super-heróis. O Brasil, principalmente. O Recife então, nem se fala. E só sendo super mesmo pra dar conta de tanto trabalho. Pegar ladrão, prender assassino, segurar avião, punir político corrupto, tirar gato de árvore, salvar a gente do tubarão e o tubarão da gente, tirar os limpadores de vidros dos sinais, as crianças das ruas e os flanelinhas do planeta, acabar com o aquecimento global, com o desmatamento da Amazônia, a fome, o tráfico de drogas, as guerras e os atentados terroristas. E olhe que ainda tem muito mais coisa pra fazer. É o caos. Pensando bem, pra resolver tanto problema e tanta bagunça, a gente ia precisar de uma Liga da Justiça inteira.

Só que super-herói é um item que anda meio em falta. Que chance realmente existe de aparecer um? Como isso poderia acontecer? Bem, vamos ver as opções. Ele podia vir de outro planeta. Mas como o planeta habitado mais próximo deve ficar muito, muito longe, essa é uma possibilidade muito, muito remota. A probabilidade de um ET chegar por aqui já é mínima. E, como se não bastasse isso, para vestir uma capa vermelha e realmente ajudar a gente, não basta ser ET, tem que ter super-poderes como o Kal-El. Calculando as probabilidades novamente, putz, quase impossível.

Outra opção: já pensou se alguém fosse picado por uma aranha e começasse a subir pelas paredes, soltar teias e combater o mal? É complicado. Encontrar um bichinho desses já não é lá muito agradável. Ser picado então, nem se fala. É bem mais provável que a pessoa, ao invés de virar herói, acabe é precisando de socorro rapidinho.

Talvez, um bilionário, com muito dinheiro de verdade, resolvesse vingar a morte dos pais. Ele poderia usar uma caverna para desenvolver novas tecnologias, se vestir de preto e sair por aí combatendo os malfeitores com PAMS, CLARGHS, SOCS E TUFFS. Podia até dar certo algumas vezes, mas a chance de dar errado também seria grande. E fora que ele também seria um sério candidato a ter problemas com a justiça. As acusações seriam desde falsidade ideológica a pedofilia, por se esconder na caverna com o menino prodígio, e problemas com a Receita Federal por não ter declarado o Batmóvel e outros bens no último imposto de renda.

E os mutantes? Raios gama, ou qualquer tipo de radiação, nem pensar. Até hoje essas coisas só fizeram mal. E muito. Mas sim, é possível alguém nascer com uma mutação, digamos assim natural, que a torne especial. É raro, mas acontece. E algumas pessoas são realmente incríveis. A Superinteressante deste mês trouxe alguns exemplos de pessoas com habilidades bem especiais. Ben Underwood é um jovem americano cego que conseguiu desenvolver uma espécie de sonar. Ele é capaz não só de se orientar, mas também de reconhecer vários objetos, patinar e até jogar totó! Você já assistiu Rain Man? Pois foi inspirado em Kim Peek. Autista e portador da síndrome de Savant, apesar de não ter coordenação motora para coisas simples como se pentear ou trocar de roupa, tem uma memória extraordinária, podendo ler cerca de 8 livros por dia e lembrar de 98% de tudo depois. Já Michael Phelps deve ser a nova sensação da natação nas olimpíadas de Pequim. Ele tem pernas mais curtas e torso maior que o normal. 2 metros de envergadura, 1,92 de altura e pés com 29 cm. É como se o seu corpo fosse adaptado para a água. Garry Turner tem uma mutação genética conhecida como síndrome de Ehlers-Danlos. A doença que atinge 1 em cada 593 milhões de pessoas faz com que ele seja extremamente flexível. E sua pele se expande tanto que ele já foi parar até no Guinness Book.

OK. É possível nascer alguém com poderes especiais. Só precisamos agora descobrir que poderes teriam que ser esses pra dar conta de tanta bronca. Alguma sugestão?
Sigam-me os bons!

segunda-feira, julho 16, 2007

Oh, mundo cruel!

Diferente do que acontece na maioria dos filmes que a gente assiste, as histórias reais da vida não são cheias de finais felizes. O mundo não é um lugar lá muito justo. Isso, todo mundo já sabe. O bem nem sempre vence o mal e espanta o temporal. Quem estuda também reprova. Nosso time perde em casa. Os namoros acabam. As pessoas morrem. Os chefes demitem. A escova cai. O chocolate engorda. Os japoneses caçam baleias. O sonho acaba.

Sim, a vida é dura como uma voadora do Chuck Norris. Se você espera sentado, a vida te derruba, passa por cima, dá ré e passa de novo. Não é que não existam finais como os dos contos de fadas. E eu nem sou do tipo pessimista. Muito pelo contrário, sempre acho que o copo está meio cheio. Também acredito naquela frase que diz que, no final, tudo termina bem. Se não está bem, é porque ainda não acabou. Acredito que é possível correr atrás e alcançar o que você quiser. Desde que você tenha pelo menos um mínimo preparo físico pra isso, se é que você me entende. Logicamente, quanto mais longe você quiser chegar, mais vontade e treino você precisa ter.

Só que a vida não é uma equação lógica, onde o melhor sempre vence. Ela às vezes consegue ser bem injusta. A Copa América que terminou no último domingo está aí para provar isso. A Argentina com todas as suas estrelas, Riquelme, Messi, Verón, Tevez e tudo mais, vinha dando show. O Brasil, sem Ronaldos, nem Kaka e nem um monte de gente, chegou na final quase que por falta de opção mesmo. Só que deu tudo errado pros hermanos. O Brasil mandou no jogo, fez gol bonito e até gol contra o Ayala marcou. Melhor pra gente, né? Mas, se isso tivesse sido um filme, alguém ia ter que explicar melhor esse final. Cadê a coesão e coerência, seu roteirista? Tudo bem que todo mundo gosta de um final surpreendente, mas esse aí não teve a mínima lógica. Até o principal mocinho da história, o Robinho, aquele que podia salvar a Pátria, não fez nada. Antes de ter que reescrever tudo, o roteirista poderia até tentar se justificar. Ao invés de repetir o clichê e falar que futebol é uma caixinha de surpresas, bastava dizer que a vida é que é assim mesmo.
É a vida, Riquelme.