domingo, maio 13, 2007

Casa x Visitante

O Sport acaba de vencer o Santos por 4x1. As tradicionais buzinas podem ser ouvidas em toda a Região Metropolitana. Todos os rubro-negros pernambucanos, a maior torcida do estado segundo pesquisas e da região Nordeste segundo ufanistas, está comemorando agora.

No começo desse mês, algo parecido deve ter acontecido aqui do lado. Era a Paraíba que estava em festa. O time de maior torcida no estado tinha acabado de ganhar mais um título. Só que a maioria dos paraibanos não pôde ir até o estádio ver o time do coração levantar a taça e tiveram que se contentar em assistir a tudo pela TV, como sempre fizeram. Isso, para eles, não chega a ser um problema, já que a Globo transmite quase todos os jogos do Flamengo, seja pelo Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil ou Campeonato Carioca.

Já tive a oportunidade de estar na Paraíba na última vez que o Flamengo foi campeão no Rio. A quantidade de camisas rubro-negras que se via nas ruas era grande. Os principais jornais presentearam os leitores com um pôster do campeão. Em todos os locais, não se falava de outro assunto.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Revista Placar, o time de maior torcida, não só na Paraíba, mas no Nordeste, é o Flamengo. Pernambuco (com Sport, Santa e Náutico), Bahia (com Vitória e Bahia) e Ceará (com Ceará e Fortaleza) são os únicos estados que, dentro de casa, têm torcidas maiores que os clubes do Sul/Sudeste.

Os paraibanos torcem para os times de fora. Inclusive quando os times de fora jogam contra os times da casa. O Flamengo é o principal, mas tanto faz se for Corinthians, Vasco, São Paulo, Santos... Já conversei com vários paraibanos sobre isso, tentando encontrar algum sentido. Qual é a graça torcer contra você mesmo? Pergunte a um paraibano porque ele não torce por um time da terra dele. Ele vai responder que na Paraíba não tem time. Mas tem. Eles só não têm apoio. Mesmo em tempos de Campeonato Paraibano é raro ver uma camisa do Botafogo da Paraíba, do Nacional, Auto Esporte, Treze, Campinense ou do Souza. Discussão de futebol lá é com campeonatos alheios. Amanhã, vão estar comentando que o Palmeiras venceu o Flamengo. Que o Botafogo superou o Inter. Que o Santos perdeu para o Sport...

Ah, o Santos perdeu de goleada para o Sport. Aqui, a conversa é outra. O Sport tinha obrigação de vencer o Santos. Num jogo só, vencemos paulistas e paraibanos. E como foi bonito ver a torcida deles saindo da Ilha do Retiro antes mesmo do jogo terminar. A essa hora, estão indo pra casa pela BR 101. Quem sabe, agendando a volta para o próximo domingo, quando o São Paulo vem enfrentar o Náutico. Eles não aprendem mesmo.

domingo, maio 06, 2007

Não se mexa! Você pode esbarrar no Tarcísio Meira.

Você está sozinho. Não tem ninguém por perto e tudo parece estar tranqüilo. Mas o que você não percebe é que, neste exato momento, você está completamente cercado. Não adianta correr. Eles estão em toda parte: em cima da mesa, debaixo da sua cama, no banheiro e na cozinha. Talvez, com uma intensidade mais fraca, até mesmo dentro de você!

O ar está cheio de informações. Uma quantidade absurda de sons e imagens, que você não consegue ver nem ouvir. Você já pensou nisso? Eu já. São sinais de rádio, televisão, aparelhos celulares e outras coisas que nós não conseguimos perceber, mas que estão em toda parte, ao seu redor.

É isso mesmo. A gente vive rodeado por tanta tecnologia que não percebe que o simples ato de apertar o botão do controle remoto e ver pessoas falando naquela telinha, às vezes em tempo real, é fabuloso. Crescemos achando isso muito normal. Mas não é! É absurdo! A imagem vem pelo ar, invisível. Voando por grandes distâncias, até chegar naquilo que você chama de antena. O som também vem. Silenciosamente. Alguns sinais são tão fortes que saem do planeta, vão até o espaço, batem num satélite e voltam pra gente. Em milésimos de segundo estão na sua casa, na rua, aqui.

Imagine quantas pessoas estão falando ao celular agora. Quantas emissoras de TV estão exibindo suas programações neste exato momento? E quantas estações de rádio? E ainda tem muito mais coisa. Está tudo aqui e agora, ao mesmo tempo.

É ou não é muito doido? É mais barulho e imagem do que você pensa. Se isso não existisse ainda, ninguém iria acreditar. Aposto. Passar tanta coisa assim pelo ar até o outro lado do mundo? Duvido.

Então, da próxima vez que um doido qualquer vier com uma idéia maluca, completamente pirada, é melhor acreditar um pouco. Pode ser que essa idéia sem pé nem cabeça funcione.