segunda-feira, julho 30, 2007

E agora, quem poderá nos defender?

O mundo bem que anda precisando de uns super-heróis. O Brasil, principalmente. O Recife então, nem se fala. E só sendo super mesmo pra dar conta de tanto trabalho. Pegar ladrão, prender assassino, segurar avião, punir político corrupto, tirar gato de árvore, salvar a gente do tubarão e o tubarão da gente, tirar os limpadores de vidros dos sinais, as crianças das ruas e os flanelinhas do planeta, acabar com o aquecimento global, com o desmatamento da Amazônia, a fome, o tráfico de drogas, as guerras e os atentados terroristas. E olhe que ainda tem muito mais coisa pra fazer. É o caos. Pensando bem, pra resolver tanto problema e tanta bagunça, a gente ia precisar de uma Liga da Justiça inteira.

Só que super-herói é um item que anda meio em falta. Que chance realmente existe de aparecer um? Como isso poderia acontecer? Bem, vamos ver as opções. Ele podia vir de outro planeta. Mas como o planeta habitado mais próximo deve ficar muito, muito longe, essa é uma possibilidade muito, muito remota. A probabilidade de um ET chegar por aqui já é mínima. E, como se não bastasse isso, para vestir uma capa vermelha e realmente ajudar a gente, não basta ser ET, tem que ter super-poderes como o Kal-El. Calculando as probabilidades novamente, putz, quase impossível.

Outra opção: já pensou se alguém fosse picado por uma aranha e começasse a subir pelas paredes, soltar teias e combater o mal? É complicado. Encontrar um bichinho desses já não é lá muito agradável. Ser picado então, nem se fala. É bem mais provável que a pessoa, ao invés de virar herói, acabe é precisando de socorro rapidinho.

Talvez, um bilionário, com muito dinheiro de verdade, resolvesse vingar a morte dos pais. Ele poderia usar uma caverna para desenvolver novas tecnologias, se vestir de preto e sair por aí combatendo os malfeitores com PAMS, CLARGHS, SOCS E TUFFS. Podia até dar certo algumas vezes, mas a chance de dar errado também seria grande. E fora que ele também seria um sério candidato a ter problemas com a justiça. As acusações seriam desde falsidade ideológica a pedofilia, por se esconder na caverna com o menino prodígio, e problemas com a Receita Federal por não ter declarado o Batmóvel e outros bens no último imposto de renda.

E os mutantes? Raios gama, ou qualquer tipo de radiação, nem pensar. Até hoje essas coisas só fizeram mal. E muito. Mas sim, é possível alguém nascer com uma mutação, digamos assim natural, que a torne especial. É raro, mas acontece. E algumas pessoas são realmente incríveis. A Superinteressante deste mês trouxe alguns exemplos de pessoas com habilidades bem especiais. Ben Underwood é um jovem americano cego que conseguiu desenvolver uma espécie de sonar. Ele é capaz não só de se orientar, mas também de reconhecer vários objetos, patinar e até jogar totó! Você já assistiu Rain Man? Pois foi inspirado em Kim Peek. Autista e portador da síndrome de Savant, apesar de não ter coordenação motora para coisas simples como se pentear ou trocar de roupa, tem uma memória extraordinária, podendo ler cerca de 8 livros por dia e lembrar de 98% de tudo depois. Já Michael Phelps deve ser a nova sensação da natação nas olimpíadas de Pequim. Ele tem pernas mais curtas e torso maior que o normal. 2 metros de envergadura, 1,92 de altura e pés com 29 cm. É como se o seu corpo fosse adaptado para a água. Garry Turner tem uma mutação genética conhecida como síndrome de Ehlers-Danlos. A doença que atinge 1 em cada 593 milhões de pessoas faz com que ele seja extremamente flexível. E sua pele se expande tanto que ele já foi parar até no Guinness Book.

OK. É possível nascer alguém com poderes especiais. Só precisamos agora descobrir que poderes teriam que ser esses pra dar conta de tanta bronca. Alguma sugestão?
Sigam-me os bons!

segunda-feira, julho 16, 2007

Oh, mundo cruel!

Diferente do que acontece na maioria dos filmes que a gente assiste, as histórias reais da vida não são cheias de finais felizes. O mundo não é um lugar lá muito justo. Isso, todo mundo já sabe. O bem nem sempre vence o mal e espanta o temporal. Quem estuda também reprova. Nosso time perde em casa. Os namoros acabam. As pessoas morrem. Os chefes demitem. A escova cai. O chocolate engorda. Os japoneses caçam baleias. O sonho acaba.

Sim, a vida é dura como uma voadora do Chuck Norris. Se você espera sentado, a vida te derruba, passa por cima, dá ré e passa de novo. Não é que não existam finais como os dos contos de fadas. E eu nem sou do tipo pessimista. Muito pelo contrário, sempre acho que o copo está meio cheio. Também acredito naquela frase que diz que, no final, tudo termina bem. Se não está bem, é porque ainda não acabou. Acredito que é possível correr atrás e alcançar o que você quiser. Desde que você tenha pelo menos um mínimo preparo físico pra isso, se é que você me entende. Logicamente, quanto mais longe você quiser chegar, mais vontade e treino você precisa ter.

Só que a vida não é uma equação lógica, onde o melhor sempre vence. Ela às vezes consegue ser bem injusta. A Copa América que terminou no último domingo está aí para provar isso. A Argentina com todas as suas estrelas, Riquelme, Messi, Verón, Tevez e tudo mais, vinha dando show. O Brasil, sem Ronaldos, nem Kaka e nem um monte de gente, chegou na final quase que por falta de opção mesmo. Só que deu tudo errado pros hermanos. O Brasil mandou no jogo, fez gol bonito e até gol contra o Ayala marcou. Melhor pra gente, né? Mas, se isso tivesse sido um filme, alguém ia ter que explicar melhor esse final. Cadê a coesão e coerência, seu roteirista? Tudo bem que todo mundo gosta de um final surpreendente, mas esse aí não teve a mínima lógica. Até o principal mocinho da história, o Robinho, aquele que podia salvar a Pátria, não fez nada. Antes de ter que reescrever tudo, o roteirista poderia até tentar se justificar. Ao invés de repetir o clichê e falar que futebol é uma caixinha de surpresas, bastava dizer que a vida é que é assim mesmo.
É a vida, Riquelme.